sábado, fevereiro 11, 2012

CONSU adia decisão sobre as três cidades contempladas com o Campus da UFVJM

Por Hélio Souza 

A tão sonhada decisão sobre quais as três cidades que receberão nos próximos anos, um dos Campus da FVJM(Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri) foi mais uma vez adiada pelo conselho Universitário (CONSU) em uma reunião realizada neste último dia 10, Sexta Feira, em Diamantina.
Reunidos na Sede da Universidade, caravanas de Capelinha, Araçuai, Almenara, Itamarabiba, Minas Novas e Itaobim, lotaram a assembléia que aguardavam ansiosamente a discussão sobre o assunto.

No inicio da reunião, o Reitor da Universidade Pedro Ângelo esclareceu que não colocaria o assunto em pauta, já que segundo ele, o relatório da comissão que estudava as cidades preparadas para receber o campus não estava completo.

Mesmo com o comunicado, dezenas de pessoas permaneceram no plenário. Próximo ao final da reunião, quando já era discutido o item 6 da pauta, o reitor leu uma carta assinada pelo Graduando em Filosofia Eric Renan e da estudante Ana Angélica.

Após ler a carta que expunha o aproveitamento político de diversos políticos em torno da causa “prometendo mais campi do que se podia contemplar”, o reitor esclareceu que o Conselho Universitário decidirá por cidades que cumprem o critério geopolítico e possuem a estrutura necessária para implantação. Ângelo explicou ainda que a comissão responsável pelo estudo das cidades, não sinalizou qual seria a cidade do Alto, Médio e Baixo Jequitinhonha que tinha melhor capacidade de receber o Campus.

Após sua explicação, o reitor tentou forçosamente pular para o item 7 da pauta, sem abrir para a discussão do caso. Mesmo assim, o conselheiro Flávio, do Vale do Mucuri, exigiu que tivesse a oportunidade de comentar sobre o caso, já que ele considerava de extrema importância o tema em pauta. Mesmo inconformado, o reitor o ouviu, além de ouvir outros conselheiros da comunidade acadêmica.

Em resposta de apoio a uma fala justa a responsável pelo conselheiro, a assembléia se manifestou em tom de apoio, que logo após recebeu a ameaça de serem colocados para fora se manifestassem de novo. A assembléia insistiu e a reunião foi interrompida. Depois de protestos e gritos, caravanas de todas as cidades se retiraram da sala de reuniões.

Segundo o integrante da comissão responsável pela elaboração do relatório, o grupo realizou um estudo sobre as 7 cidades que se manifestaram receber o campus, apresentando sobre aspectos positivos e negativos da estrutura social, econômica, política e de acesso de cada cidade.

“Por exemplo, constatamos que Capelinha é uma cidade mais desenvolvida do Alto, Itamarandiba também, com um menor população e menor distancia entre o Campus de Diamantina e a cidade, Já Minas Novas se destaca pelos seus aspectos culturais e pela grande pobreza. Cabe ao conselho decidir se implantaria em uma cidade já com grande desenvolvimento, ou se escolheria uma cidade pobre, para fortalecer sua economia” disse ele.

Por volta das 11:30 da manhã, a população do vale deixou as dependências da Universidade, na esperança de que o problema se resolva.


Meu comentário

Está virando pizza a decisão sobre a implantação dos três campi da UFVJM no Vale. Culpados ou não, o conselho universitário tenta a todo custo enrolar o Vale. O Reitor, autoritário e ditador e manipulador, faz o que bem entende e não respeita ninguém, nem mesmo a constituição Brasileira que fala sobre democracia. Já a comissão, por medo de serem crucificadas por cidades que não tem condições de receber o campus, não 
indica as cidades do Alto, Médio e Baixo que estão preparadas. Os demais conselheiros, que não conhecem o vale e fazem a vontade explicita do reitor e permanecem calados diante de diversas atrocidades praticadas pelo Consu.

No fim das contas, todos eles são funcionários do Povo e não estão cumprindo seu papel que deveria ser de trabalhar e atender a população que paga seus salários.

Enquanto isso não acontece, aumentam-se ainda mais a briga entre as cidades, as promessa utópicas de políticos e o sonho de uma população que sofre com a migração para outras cidades e experimenta a mais amarga vontade de ter acesso a educação superior gratuita próximo de suas casas.


Hélio Silva de Souza
Diretor do Jornal A Cidade e Graduando em Jornalismo pela Funorte Montes Claros